Leonice Teixeira

Sou poeta, sou poesia e Sou canção

Textos

Sou onça pintada
Quando era ainda pequena
Meu pai comprou um sítio
Era Mata fechada, difícil de acreditar
Não tinha nem endereço,  
Não tinha como lá chegar!...

Então! Abriu-se uma trilha na Mata
Dividindo espaço com a bicharada
É lá que construímos nosso lar...
Cresci com cobras e lagartos
Sapos, pererecas e com
as bicharadas do mato!
Pra encarar o perigo
e proteger a própria vida
Em onça pintada
tive que me transformar!

Já que não tinha outro jeito  
Com a vida tive que me ajustar
Mas, aquilo tudo até que era divertido...
A gente não conhecia o perigo
Porque lá não tinha bandido
Drogas também não existia, Não!
E a gente era feliz
E corria com os pés no chão.

Com o passar do tempo
Uma casa fora erguida
Feita de pau a pique
As telhas de madeira
O chão de terra batida
E as paredes de ripa.

Quando a noite chegava
No quarto a gente se amontava
Pareceria ratos no ninho
O colchão era de palha
E o cobertor de algodão
Mas era o que se tinha
E quando chegava visitas
Como os bichos a gente se escondia
De tanta vergonha que tinha.

Mas, quando chegou a hora
Tivemos que ir para a escola
Aprender o beabá
Pra poder nos diferenciar
Dos bichos que tinha lá.
Quando a chuva do céu descia
Levava os chinelos na mão
E os pés na escola lavava...
Quando esfriava e a geada caía,
Casaco não se tinha...
Acho mesmo que, o que nos aquecia
Era o manto da Virgem Maria.

O tempo passou ligeiro
Tivemos que rebolar pra sobreviver!
E, hoje olho para o passado
E vejo o milagre da vida
De um jeito muito engraçado...
Mas, sinto que ainda Hoje,
Apesar de um pouco ter evoluído
O que sou mesmo, é bicho do Mato
Léo Lima
Leonice lima
Enviado por Leonice lima em 29/12/2016
Alterado em 24/01/2017


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